quarta-feira, dezembro 31, 2008

Até para o ano!


Boas entradas em 2009 para todos, e que o Novo Ano seja mais azul do que este último dia, cinzento e chuvoso, de 2008. Azul, sereno e brilhante, como este mar com que vos deixo - o mar grego de que tanto gosto, com Ítaca ao fundo, iluminado pelo sol de um belíssimo dia de Verão.

domingo, dezembro 28, 2008

Perplexidades

Há muitas coisas que não entendo. Aqui vão duas, a propósito das notícias que têm vindo a lume:

1) Quem espera de mais de 20 h nas urgências hospitalares por causa de uma gripe? Quando uma pessoa tem gripe mete-se na cama, não passa um dia inteiro, sem comer, nem dormir , numa sala carregada de pessoas doentes.

2) Porque é que perguntam às pessoas a razão por que vão aos saldos? Não é óbvio que é porque os preços das coisas estão mais baixos?

Perplexidades de Inverno, nestes dias pós-Natal frios e chuvosos em que apetece ficar em casa no quentinho. E em que não apetece nada, mas mesmo nada, preocupar-me com mais uma escalada de violência no Médio Oriente. Essas são outras perplexidades: as da impossibilidade de palestinianos e israelitas encontrarem uma solução pacífica para as suas vidas. Quantas mais pessoas terão de morrer nessas terras bíblicas até que chegue a paz?

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal!

Quando eu tinha a idade da Miosótis, os preparativos para o Natal começavam apenas depois do dia dos meus anos e da passagem lá por casa de um bando de pequenos terroristas - como eu compreendo bem, agora, a cautela dos meus pais, que não queriam ver estragado o velho e enorme presépio que, todos os anos, vinha enfeitar um canto da sala. Num recanto estreito, com a ajuda primeiro de bancos, caixotes e montes de revistas, depois de umas muito funcionais placas de esferovite cortadas à medida, o meu pai instalava a estrutura do presépio. Essa estrutura era depois toda coberta com plástico e por cima dele era colocado um tapete de musgo, que iamos comprar ao mercado. Cheirava tão bem! Trazia por vezes uns pedaços de líquenes agarrados, que eu guardava para pôr bem juntinho ao Menino Jesus, por os achar especialmente bonitos. As figuras do presépio ficavam, de ano para ano, numa enorme caixa, no sótão, e só o meu pai tinha força e braços suficientemente grandes para a trazer cá para baixo (hoje a caixa parece pequena, até...). A minha irmã e eu desembrulhávamos as figuras, colocávamo-las no presépio. Eu gostava especialmente de dispor o imenso rebanho de ovelhas que tinhamos - todos os anos acrescentado com mais umas que o meu pai comprava, e, acima de tudo, arranjar o interior da cabana onde ficavam as imagens da Sagrada Família. Com todo o cuidado, arranjava lugar para Maria, José, a vaca, o burro, a manjedoura de palhinhas com o Menino deitado, e ao lado dele os cordeirinhos mais pequeninos, que me encantavam, e que eu queria que fizessem companhia a Jesus.
Durante todo o tempo que demorava a construção do presépio, eu cantava canções de Natal. O meu pai tinha um belíssimo disco com as mais conhecidas, cantadas por um coro inglês, e eu sabia a letra de todas, interpretando muitas vezes à minha maneira as palavras de uma língua que estava a começar a aprender. A essas juntava todas as outras, portuguesas, que conhecia, e ainda mais umas quantas cá da minha lavra.
Lembrar-me do Natal da minha infância é recordar o cheiro do musgo, a minha eterna cantoria, o fazer do presépio, as árvores de Natal que durante muitos anos foram pinheiros verdadeiros que por vezes caíam, apesar de todos os cuidados em fixá-los bem dentro de um vaso, e cujas agulhas picavam enquanto lhes prendíamos as bolas, com muito cuidado, porque se partiam.(repost daqui)
Quando escrevi este post, há quatro anos, os meus Natais tinham demasiados fantasmas e ausências. Agora, apesar dos fantasmas e das ausências, são felizes de novo, rodeados de paz, de harmonia, de calor humano. É isso que eu desejo a todos quantos por aqui passarem: um Natal em paz, com saúde, junto dos que mais amam.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Uma prenda para muita gente

Em qualquer ocasião, uma notícia destas seria fantástica. É-o ainda mais na altura do Natal. Poderá não parecer muito importante para quem não tem problemas de visão, mas quem vê mal percebe imediatamente porque é que estes óculos fazem sorrir.

domingo, dezembro 21, 2008

Mais um ano


Com balanço azul. Assim venham mais, muitos mais.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Post pouco próprio para épocas natalicias

Odeio vizinhos que não respeitam o direito ao sossego de quem tem o azar de partilhar com eles um prédio. Odeio, acima de tudo, os seus risos alarves, o berreiro que fazem a qualquer hora sem se importarem com o que possam incomodar os outros. Se eu soubesse como, inventava uma espécie de raio que entrasse por baixo da porta deles e que lhes retirasse a capacidade de emitir sons. A eles e à absurdamente potente aparelhagem que têm.
(Felizmente estou nesta casa poucas vezes.)
Alguém sabe como avariar uma aparelhagem por telepatia?

terça-feira, dezembro 16, 2008

E mais Roma (1)

Uma das muitas imagens de Nossa Senhora que enfeitam as esquinas dos prédios de Roma.
Gosto muito desta, na esquina entre o Campo de' Fiori e a rua que dá acesso à praça onde fica a École Française de Rome. Fotografei-a há 4 anos, da esplanada em que estava sentada. Agora foi a minha filha quem se encantou com ela.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

9 anos

Roma, Campo de' Fiori, 7/12/08

Com o correr dos anos atenuou-se a dor das memórias tristes. Aprendi a viver com elas e, acima de tudo, com a ausência. Mas nem por isso deixo de sentir saudades, ou de pensar que tanta coisa teria sido diferente se a vida não te tivesse pregado esta partida. Nem deixo de sentir a falta de poder ser pequenina como só sabia ser no teu colo, querida Mãe.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Grécia, Dezembro de 2008

Isto é racaille.
(foto da Agência Reuters)

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Vacanze romane (3)

Roma, Campo de' Fiori, 7/12/08

Vacanze romane (2)

Roma, ruínas da cidade antiga (estou com preguiça de ir ver ao guia de que templos são as colunas), 6/12/08

terça-feira, dezembro 09, 2008

Vacanze romane (1)


Roma, Pantheon, 8/12/08

Fotos

Dantes, eu era a fotógrafa de serviço. Agora, só tiro fotografias quando a fotógrafa quer aparecer na imagem. É estranho descarregar o cartão da máquina para o computador e quase todas as fotografias serem novidade.

sábado, dezembro 06, 2008

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Vergonhas

A estação de Coimbra B é uma verdadeira vergonha. Para a CP e para a cidade. De certa forma, é uma imagem fiel de Coimbra, e isso é ainda pior.

sábado, novembro 29, 2008

Asneiras

Será que só eu é que dei conta que a notícia do Sol sobre a próxima greve dos professores que o Sapo está a colocar em destaque na sua página tem um erro crasso, anunciando uma data para a greve no título e outra no corpo da notícia? Ninguém, nem do Sol nem do Sapo, deu pela asneira?

sexta-feira, novembro 28, 2008

Como punir?

Sou contra a pena de morte. Mas diante dos crimes terroristas, do total desrespeito pela vida alheia, da desumanidade, pergunto-me se o mundo não fica mais limpo com o desaparecimento desta corja, ou se há outras formas de lutar contra o terrorismo que não passem pela aniquilação de quem o pratica.

quinta-feira, novembro 27, 2008

(parênteses)

Este blog (como o meu anterior) sempre rumou ao meu ritmo, não ao das notícias ou modas. Mas por vezes parece andar à revelia do mundo, alheio a ele. Não anda - ou melhor, não ando eu. Só que nem sempre me apetece, aqui, falar da realidade, ou não tenho tempo para o fazer. Ou, como é agora o caso, prefiro refugiar-me em Bach quando o mundo lá fora mostra as suas piores facetas, em Bombaim.
Tenho medo do terrorismo. Medo por mim e pelos meus - pela minha filha, sobretudo. Quando coisas destas ocorrem, sinto vontade de agarrar as mãos dos que amo e de ficarmos assim unidos, bem juntos, protegendo-nos.

Paraíso

Diz-se que a mulher de Bach afirmava que no céu tinha de haver música do marido, ou não seria um verdadeiro paraíso. Eu concordo com ela.


quarta-feira, novembro 19, 2008

Trevos de quatro folhas

Às vezes acho que José Sócrates tem tanta sorte como o Gastão. Ascendeu à presidência do PS nas circunstâncias em que o fez, tornou-se primeiro-ministro com maioria absoluta em grande medida devido às desgraças do PSD, teve os problemas constantes deste partido a evitar-lhe uma oposição à altura, e agora o PSD continua a facilitar-lhe a vida, etc, etc. Neste momento em que a crise alastra, o desemprego cresce e a tensão com os professores está ao rubro, em que a "sociedade civil" já começa a irritar-se com este assunto, pois vê os filhos a serem impedidos de entrar em escolas fechadas e sob a ameaça de não haver notas para ninguém, tem o fim do silêncio de Manuela Ferreira Leite e a sua inabilidade comunicativa a jogar em seu favor. E é ver toda a gente a comentar, a opinar, a desviar a atenção dos problemas reais do país e a indignar-se com o que ela disse. Mas passa verdadeiramente pela cabeça de alguém que ela estivesse a defender reformas impostas durante períodos de suspensão da democracia? Tenham juízo.
Não há pachorra para este país. Às vezes, dá-me uma vontade tão grande, mas tão grande de emigrar...

terça-feira, novembro 18, 2008

À espera...

Deitado à porta, respira pela frincha, esperando que o dono chegue.
Eu estou quase como ele.

terça-feira, novembro 11, 2008

E agora o outro lado da questão

Este ano, entrou em vigor um novo regime de faltas dos alunos do ensino básico (não sei se abrange os do secundário também). Prevê, se não me engano, que os alunos que tenham atingido um número de faltas igual ao dobro dos tempos lectivos semanais de cada disciplina tenham de se submeter a provas de avaliação especiais, para verem se não estão atrasados na matéria. Isto é válido, note-se, mesmo no caso de faltas justificadas. Note-se que estou a "vender" isto como me foi explicado pela directora de turma da minha filha, que teve o cuidado de alertar os encarregados de educação para esta nova situação; posso estar a incorrer em algum erro sem querer, mas creio que fixei bem o que a professora explicou.
1ª pergunta: para que servem os testes que se fazem ao longo de cada período, se não para verificar o estado de conhecimentos do aluno? Não deve o professor ter o cuidado de verificar se o aluno está ou não a acompanhar a matéria, apesar das faltas, sem ser preciso fazer uma prova que parecerá sempre uma punição?
2ª pergunta: há disciplinas que os alunos têm uma só vez na semana, em blocos de 90 minutos que contam como duas aulas de 45 minutos cada. Se um aluno falta a essa aula, tem duas faltas. Se falta duas vezes, fica logo com quatro faltas e em situação, portanto, de fazer a dita prova. Faltou dois dias apenas, e, repito, por razões justificadas. Até pode ser uma vez no início do período e outra no final - porque, por exemplo, tinha uma consulta num médico que só atende nesse dia da semana. De acordo com o novo regulamento, terá de fazer essa prova. Faz sentido? Eu acho que não.
3ª pergunta: o que sucede se o limite de faltas for alcançado em disciplinas como Área de Projecto ou Estudo Acompanhado, que não são sujeitas ao mesmo tipo de avaliação que as outras? Faz algum sentido haver uma prova de Estudo Acompanhado? Ninguém no Ministério da Educação tinha pensado neste "pequeno" pormenor no início do ano escolar, pelos vistos.
Não sei se, entretanto, já terá havido alterações e/ou esclarecimentos face a este novo regulamento. Serve este exemplo, creio, para mostrar a facilidade com que o Ministério manda para as escolas regulamentação pouco pensada. Bem intencionada, decerto. Mas de boas intenções, como toda a gente sabe, está o inferno cheio. E eu sei que, para muitos professores, dos que dedicaram os melhores anos da sua vida e todas as suas energias ao ensino, exercer a sua profissão se tornou, nos últimos tempos, um inferno.

A luta dos professores

Tenho muita dificuldade em pronunciar-me sobre as razões concretas dos protestos dos professores. Não conheço as regras da avaliação em curso, ouço e leio notícias contraditórias. Impressiona-me, obviamente, o número de participantes na manifestação de sábado. Mas também me impressionam, num sentido bem diferente, as reportagens que vi sobre ela. As boçalidades proferidas por aqueles que têm como missão ensinar. A indignidade de muitos dos cartazes e dos gritos de ordem. Ao ver os telejornais, senti vergonha desta classe que já foi minha, e que foi a da minha mãe durante décadas. E a minha filha, a ver televisão ao meu lado, estava também espantada, e perdeu um pouco mais do respeito por aqueles que a ensinam.
Não me parece que seja assim que os professores fazem os pais dos seus alunos aderir à sua causa. Por muita razão que possam ter, não a sabem demonstrar. Como não a sabem demonstrar de cada vez que uma aula de substituição da minha filha é passada a jogarem ao jogo do galo, ou coisa parecida, com um professor que lhes diz claramente que está a fazer um frete ali. Já passaram dois ou três anos sobre a introdução das aulas de substituição - não teria já havido tempo para se programar o seu bom funcionamento? Só por má vontade é que isso não se faz, e só por má vontade também é que não se aceita que a existência de aulas de substituição é uma boa ideia. Uma das coisas que me parece, no meio de toda esta luta dos professores, é que há uma enorme má vontade. E a má vontade não costuma ser boa conselheira.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Os desastres de Miosótis

Cenário: à mesa da cozinha, à hora do almoço, já um pouco tarde.
Em cima da mesa: um prato de sopa e outro com puré, bifes de perú e cogumelos.
Cena: Miosótis espreguiça-se vigorosamente (o que não é muito bonito, mas sabe bem), bate com a mão no vaso que está na prateleira por cima da mesa, o vaso cai, despejando terra e folhas de violetas por tudo quanto é sítio, incluindo o prato de sopa e o de comida.
Resultado: limpar chão e mesa, deitar toda a comida fora, preparar à pressa fettucinni à bolonhesa congelados que por acaso havia no congelador (porque era dia de acabar com restos e não estava mais nada feito), comer a toda a pressa porque a campainha da escola não deixa de tocar à hora certa lá por haver meninas desastradas.

quarta-feira, novembro 05, 2008

3

3 anos são 36 meses e são 1095 dias. Não sei se mais 1, não me lembro se algum destes anos foi bissexto. Sou demasiado má a reter pormenores como esse na minha memória. Mas sou muito boa a recordar que foram dias felizes. Uns mais bonitos, outros menos, claro, que isto da felicidade não é uma coisa linear e igual a toda a hora, antes algo que subjaz ao dia-a-dia, que o enforma. Foram felizes, porque todos estiveram - estão - impregnados dessa coisa fantástica que começou a tomar forma faz hoje 3 anos.

Obama


Não sei em quem votaria, nem se Obama é o melhor, para os EUA e para o mundo. Mas sei que este é um momento notável. Um negro, de uma raça que há poucas décadas atrás não tinha sequer direitos cívicos, é o novo presidente da América.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Porque em tempos de crise (e de demasiado trabalho), rir faz bem à alma

Não sou fã do Gato Fedorento, mas reconheço que às vezes têm momentos inspirados que são verdadeiras pérolas. Ontem, fartei-me de rir com a entrevista à Dra. Manuela Ferreira Leite. Quem não viu, pode ver aqui.

Nunca mais aprendo...

Como tenho pouco que fazer, e não ando afogada em trabalho, acabei de aceitar mais uma empreitada, para daqui a menos de um mês. Não podia dizer que não, sob pena de perder uma oportunidade que eu própria reclamei...

domingo, novembro 02, 2008

Tempo livre, precisa-se

Preciso com urgência de um fim-de-semana sem trabalho.

terça-feira, outubro 28, 2008

Infertilidade

Vi, há pouco, na RTP1 mais uma reportagem sobre o problema da infertilidade. Nos últimos tempos, tem havido muitas notícias a este respeito - não admira. É vergonhosa a forma como se tem lidado com a infertilidade em Portugal. É vergonhoso que um casal tenha de esperar, em certos casos, dois anos para poder iniciar nos hospitais públicos os tratamentos de que necessita para poder ter um filho. Se for um casal em que a mulher já tenha mais de 38 anos, nem sequer tem acesso aos serviços públicos - ou tem dinheiro suficiente para recorrer à medicina privada, ou desiste logo de ter filhos. Num país em que a natalidade diminui, a maternidade é deixada para cada vez mais tarde, os segundos casamentos levam um número crescente de casais a formar-se apenas por volta dos 40 anos e a infertilidade afecta cerca de 15 a 20% dos casais, será que não é altura de mudar alguma coisa neste domínio?

"Lê para mim, mãe..."

Falhei, decerto, em muitas coisas na educação da minha filha. Mas sei que não falhei quanto a ajudá-la a gostar de ler. Se contasse as horas que passei a contar-lhe e ler-lhe histórias desde que nasceu, chegaria aos largos milhares. Histórias para ajudar a comer, histórias para tomar banho, histórias antes de dormir, histórias para fazer passar o tempo de viagens, histórias para fazer parar as lágrimas, histórias porque estávamos com mimo, histórias porque sim. Todas essas histórias que me ouviu contar-lhe e ler-lhe criaram nela um gosto enorme por livros. E eu fico muito contente por isso - e por a memória das horas passadas juntas em torno de histórias e de livros lhe serem tão queridas como são para mim.

Retrato matinal

O vento abana com violência os liquidambares que vejo da janela. Folhas caídas rodopiam , voam, caem de novo no chão. Por vezes elevam-se no ar folhas de jornais. O barulho do vento soma-se ao das teclas do computador e à música que me acompanha nesta manhã em que, pela primeira vez este ano, me apetece ter uma manta nas pernas.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Coisas que odeio

Injecções.

domingo, outubro 19, 2008

Mãe & Filha

Há coisas que continuamos a fazer juntas como quando era pequenita. A diferença é que ela o faz sentindo-se voltar à infância; e que eu abraço, no final, não uma miúda para a qual tenho de me curvar, mas uma rapariga mais alta do que eu.

É estranha a sensação de ter uma filha crescida. Faz-me sentir que alguma coisa se perdeu. Tenho saudades de lhe contar uma história antes de ela dormir, de a ter no colo, de a sentir a precisar de mim como precisava dantes.

É boa a sensação de ter uma filha crescida. Faz-me sentir que alguma coisa se ganhou. Gosto de a ter como companheira de novas coisas, cúmplice com quem partilho livros, filmes, gostos vários, rapariga responsável com quem posso contar. E ela, se bem que de outra forma, precisa de mim como dantes - ou mais ainda.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Marteladas

... soam em meu redor, assim como berbequins e outras máquinas estranhas que fazem um barulho ininterrupto que se enfia pela minha cabeça adentro. É no meio deste barulho que trabalho (felizmente, apenas hoje).

sábado, outubro 11, 2008

Adenda ao post anterior

É que o teste de sobrevivência pode falhar. E feita num oito já eu andei demasiado tempo, dispenso a repetição da dose.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Reflexões no fim de um dia com demasiadas horas de trabalho

Se sobreviver com saúde física e mental a este ano, devo ser capaz de sobreviver a qualquer coisa. A questão é que não tenho a menor vontade de fazer semelhante teste de resistência.

terça-feira, outubro 07, 2008


E agora está sol

E eu fico logo mais bem disposta e positiva. Chá quente, bolachinhas integrais a acompanhar, o sol a iluminar o escritório - a ver vamos se consigo mesmo acabar esta corveia!

Falando com os meus botões

E continua a chover. Uma cortina de água parece desabar do outro lado desta janela através da qual vejo a rua. Este tempo deixa-me melancólica. Não, não gosto do início do Outono. E também não gosto do que estou a fazer neste momento, que nunca mais termina porque estou a andar em círculos, sem conseguir encontrar o fio da meada e pôr cobro a um trabalho que já me ocupa (e preocupa) há demasiado tempo.
Vá, mãos à obra, tens mais que fazer, mulher! - digo a mim mesma - Tens mais uma lista enorme de coisas pendentes e urgentes a que te dedicar; felizmente, na maior parte dos casos, mais agradáveis também. Mas são sempre feitas sob pressão, e se há coisa que detesto é a pressão sobre mim e o meu trabalho. Odeio a sensação que raramente me abandona de ser um boneco num jogo de plataformas que corre, corre, corre e nunca chega à meta, ultrapassando obstáculos atrás de obstáculos sem parar. É isto o que mais me cansa e satura.

Outono

Chove. Apetecem meias nos pés e o aconchego da lã nos braços. Da janela, avisto as folhas já castanhas e avermelhadas das árvores. O dia está tristonho. O Outono chegou, não há dúvida. É a segunda vez que o vejo chegar este ano.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Casa

Estava aqui a escrever um e-mail em que falava de nós, e resumi a nossa história a isto: os teus braços são o lugar certo para eu estar, e sei-o a cada vez que nos abraçamos. É neles que me sinto em casa.

Ubiquidade

Gostava de ser ubíqua e poder estar em vários lugares ao mesmo tempo. Nos dias 20 e tais de Outubro, por exemplo, há uns 3 ou 4 sítios onde gostaria de estar, separados por demasiadas centenas de quilómetros. E todas as manhãs daria muito jeito que um dos meus eus pudesse ficar na cama, a dormir ou a preguiçar gostosamente...

segunda-feira, setembro 29, 2008

Comparações

Há trabalhos enguiçados, que se fazem desde o início com custo e sem vontade. É assim um pouco como uma gravidez difícil repleta de enjoos e más disposições que termina num parto longo com recurso a ferros para fazer nascer a criança que não quer sair do ventre materno. Possa ao menos o resultado final ser um bebé lindo e perfeito...

sábado, setembro 27, 2008

terça-feira, setembro 23, 2008

Coisas fantásticas

Nova meta a atingir na educação: ministra da Educação quer 100% de aprovações no 9º ano. É fácil: é só passar administrativamente toda a gente. Dar orientações no sentido de ninguém chumbar. Há muito tempo que penso que se podia dar à nascença, juntamente com o boletim de vacinas e a cédula pessoal, o diploma do 9º ano; seria mais honesto do que promover o sucesso escolar a partir de decisões tomadas no gabinete ministerial.
(Tive conhecimento desta notícia através do Origem das Espécies, onde o FJV a classificou, entre outras categorias, na de "Para rir").

quinta-feira, setembro 18, 2008

Fundamentalismo imbecil contra a obesidade

Vi no cantinho sobre a obesidade do Público on-line um mero título dizendo que a Madeira proíbe bolos de aniversário com creme nas escolas. Fiquei fula com a imbecilidade de tal medida. Bolo de aniversário leva creme, chantilly, doce de ovos, corantes e todas as demais porcarias que decoram um bolo e fazem uma criança feliz. Se as comerem apenas nessas ocasiões especiais, não lhes faz mal. Faz-lhes bem pior o leite chocolatado carregado de açúcar que, pelo menos até há 3 anos atrás, era zelosamente distribuído a todas as crianças das escolas-primárias. Porque não dar-lhes, antes, leite simples, sem açúcar? E deixar os bolos de aniversário em paz...

quarta-feira, setembro 17, 2008

Novo ano escolar

Fala-se muito de computadores e internet nas escolas. Eu peço muito menos do que isso. O que eu queria mesmo era que na escola da minha filha houvesse papel higiénico nas casas de banho e cortinas nos duches dos balneários.

segunda-feira, setembro 15, 2008

E por falar em Grécia...

... vão ver o Mamma Mia. E divirtam-se a valer!

Outra fonte com cavalos marinhos


Rodes, Agosto 2008

sexta-feira, setembro 12, 2008

Adivinha

Alguém sabe o que isto é?

quinta-feira, setembro 11, 2008

Outono à espreita

+
As cores. A temperatura mais amena. O quentinho de uma manta e de um chá acabado de fazer. O aconchego da lã. O prazer de regressar ao conforto caseiro. O conforto de dormir enroscada nuns braços acolhedores.

-
A noite que nos surpreende ao cair cada dia um pouco mais cedo. A melancolia dos finais de tarde. Os braços e pernas de repente arrepiados. Os cobertores tornados necessários de um dia para o outro. A cama fria quando se está sozinho.

11 de Setembro

É impossível não recordar o dia em que o mundo mudou. Porque mudou, mesmo - basta andar de avião para ter consciência disso.

terça-feira, setembro 09, 2008

Regressar e querer partir

Sempre que saio do país e passo uns dias sem notícias sobre o que se passa por cá, estranho imenso quando volto ao contacto com a realidade lusa. Fico, aliás, com um enjoo que me dá vontade de apanhar o primeiro avião que me levar daqui para fora. Basta, por exemplo, ligar a televisão e apanhar com um daqueles magníficos programas especiais de férias, ou com os concursos de final de tarde. Ou então ouvir / ler declarações eivadas de ódio e ressentimento de Luís Filipe Menezes.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Adriano


A visitar, obrigatoriamente, por quem for a Londres até dia 26 de Outubro. No British Museum.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Ontem ao final do dia


Pouco passava das 20h00 e eu estava ali.

sábado, agosto 30, 2008

Imagens de férias (5)



O avião da Orbest que estava sem piloto automático em Cancún é este.

Imagens de férias (4)

sexta-feira, agosto 29, 2008

(Preciso de ver estas imagens, e nelas encontrar força para o regresso, aceleradíssimo, brutal mesmo, ao trabalho)

Imagens de férias (3)

quinta-feira, agosto 28, 2008

segunda-feira, agosto 25, 2008

1

quarta-feira, agosto 06, 2008

Boas férias!

segunda-feira, julho 28, 2008

Férias à vista...


Começo a ter cabeça apenas para pensar em sítios como este...

quarta-feira, julho 23, 2008

Esmeralda

Nunca aqui escrevi sobre o assunto, por ter opiniões divididas e, acima de tudo, me doer o que passará pela cabeça (e mais ainda, pelo coração) daquela menina. Agora que mais uma vez se fala de ser entregue ou não ser entregue ao pai biológico, o que mais me ocorre é o episódio bíblico do julgamento de Salomão, da criança disputada pelas duas mulheres, da mãe verdadeira a preferir entregá-la à falsa mãe do que ver o seu bebé morto...
Se eu fosse o pai verdadeiro, por muita razão que considerasse ter (e eu acho que ele tem), seria capaz de fazer sofrer a minha filha, separando-a dos que, mesmo sem direito a isso, são efectivamente aqueles ao lado de quem cresceu?
Se eu fosse aquela que a tinha tido ao colo durante anos a fio, deixaria eu a menina que amasse como se fosse minha verdadeira filha ser exposta a todo o festival mediático em que ela tem vivido?

Um novo pintainho

Muitos parabéns, Rita!

segunda-feira, julho 14, 2008

terça-feira, julho 08, 2008

8 de Julho de 1497


Faz hoje 511 anos, partiu do Restelo a armada de Vasco da Gama. Cumpriu a sua missão: chegou, por mar, à Índia, contornando África. Tenho uma imensa admiração por esses marinheiros que partiam sem telégrafos nem radares, sem mapas sequer que indicassem com exactidão um mundo que ainda se estava a descobrir.
Recordando esse dia, aqui fica a página do Livro das Armadas que se conserva na Academia das Ciências de Lisboa e que representa os navios que partiram com o Gama.

segunda-feira, julho 07, 2008

Pão, Bolos e Companhia

Vi o link há tempos no blog do Pedro Rolo Duarte, espreitei e fiquei com vontade de experimentar algumas das receitas, sobretudo para a máquina de fazer pão (que é o último brinquedo culinário dos últimos meses). Hoje fiz uma das receitas, a mais simples, apenas de pão branco em versão rápida. Ficou verdadeiramente delicioso! Aqui fica um sentido agradecimento ao autor do blog e a recomendação para quem aqui passar; pela minha parte, vou continuar a experimentar as receitas sugeridas.

sábado, julho 05, 2008

E as Dalilas?

Título apresentado por escrito na apresentação do telejornal das 20h00, agora mesmo: Sansões na estrada.

quinta-feira, julho 03, 2008

A despropósito

Gosto do cheiro dos livros novos.

quarta-feira, julho 02, 2008

A notícia

Ingrid Betancourt libertada.

sexta-feira, junho 27, 2008

Expressão de perplexidade materna

15 disciplinas no 7º ano??? Ok, duas são semestrais, contam por uma. Ainda ficam 14. Demasiadas. As três que só têm uma avaliação qualitativa não servem, na prática, para grande coisa. Estudo Acompanhado foi transformado em mais 90 minutos de Matemática. Formação Cívica serve, especialmente, para tratar da Direcção de Turma. Em Área de Projecto inventam alguns trabalhos que, em geral, acabam por ser feitos em casa com a ajuda da mãe...
270 minutos. 4h30. Uma manhã ou uma tarde inteira de aulas. Sem elas, o horário seria mais aligeirado e haveria mais tempo para actividades extra.

Expressão de orgulho materno

Sete 5 +Cinco 4 + Três Satisfaz Bem

Haverá mesmo funcionários públicos a mais?

Experimentem ir tratar de um documento à Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa. O bilhete de identidade ou o passaporte, por exemplo. Vejam as horas que passam em bichas, estando todos os guichets a funcionar com empregados diligentes.

segunda-feira, junho 23, 2008

É isso mesmo

Apesar de tudo, há uma grande diferença entre este PSD de Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e António Borges e aquela organização inexplicável de Meneses, Ribau e Mendes Bota. Este, pelo menos, é votável., diz o JCD do Blasfémias
Agora eu já sei em quem vou votar, em 2009. Apesar de, uma vez mais, o fazer seguindo o critério de "do mal, o menos". Um dia, gostava de votar convicta num partido ou num candidato.

sábado, junho 21, 2008

Ar condicionado nos hospitais

Quando a minha filha nasceu, há treze anos, era Inverno. Na maternidade, porém, estava calor. Mesmo sendo Inverno, o sol batia nas janelas das enfermarias e tornava o ambiente quente. Diziam-me as enfermeiras que, no Verão, devido à exposição solar e à falta de ar condicionado, todas as recém-mães tinham febre à tarde. Eu dei graças por ter dado à luz em Fevereiro...
Treze anos depois, não sei como as coisas estarão naquela maternidade. Mas, pelos vistos, continua a haver instituições de saúde indevidamente preparados para o calor. Um estudo vem dizer que a falta de ar condicionado nos hospitais mata. Será que, agora, se acaba com semelhante situação?

quinta-feira, junho 19, 2008

Ainda à solta...

Como o predador rondando a caça

É assim que me sinto. Parece que nada faço, nada avança. Mas há ideias a germinar, a crescer, de que mal tenho consciência. A contemplação faz parte do trabalho do investigador. Uma parte de que não gosto: pode ser desesperante. Tem repentes provocados pelo avistar da luz que nos indica o caminho a seguir, mesmo que sejam altas horas da madrugada. Tem fases de torpor diante do computador, diante de papéis que insistem em nada nos revelar. Depois, vem o momento de se fazer claro na nossa mente: a organização do texto, a sua lógica interna, o que queremos e podemos dizer a partir dos dados que temos. Mas até lá chegar, há longos e massacrantes dias em que parecemos obtusos. Em que olhamos por todos os lados a nossa presa ou até parecemos ignorá-la. Mas ela está lá, sempre. No momento certo saberemos saltar sobre ela e caçá-la. Sinto-me que nem leoa que avista ao longe a gazela; quero que chegue depressa o momento de a abocanhar. Nhac!

(Escrevi isto em Abril de 2004; subscrevo-o, agora, em novo momento de obtusidade que tem de passar rapidamente à fase de abocanhar a gazela; outra gazela, claro, mas não menos fugidia, difícil de caçar).

quarta-feira, junho 18, 2008

Provas de aferição

A Ministra da Educação está muito satisfeita com os resultados das provas de aferição deste ano (ver aqui). Eu pergunto-me se foram os alunos que, efectivamente, melhoraram o seu nível de conhecimentos, ou se foi o grau de dificuldade das provas que diminuiu. Ou ainda, numa terceira hipótese, se a grande mudança terá passado por um maior empenhamento dos professores na preparação dos alunos para a realização das provas.

Adenda: as provas estão disponíveis no site do GAVE. Só tive ainda oportunidade de ver as provas de Português, em relação às quais já percebi como é que os resultados melhoraram extraordinariamente. Estranho seria que assim não fosse... Diria que a do 4º ano está feita para alunos do 2º, e que a do 6º poderia ser respondida por alunos do 4º. Na do 6º ano, até se explica o que quer dizer "protagonistas"...

segunda-feira, junho 16, 2008

A linha da frente e as escolas

Diz esta notícia que Sócrates quer a escola pública na linha da frente tecnológica. Eu, como mãe de uma aluna que frequenta a escola pública, preferia uma linha da frente mais prosaica: com mesas e carteiras em bom estado, estores nas janelas que funcionem, aquecimento no Inverno, espaços recreativos em condições, instalações sanitárias condignas, boas bibliotecas. Ah, e um número de auxiliares educativos adequado às necessidades de cada estabelecimento. Depois dessas metas atingidas, então pensaria nos quadros interactivos, nos espaços ligados à internet, etc, etc.

quinta-feira, junho 12, 2008

32º, disseram-me

Eu nem quero saber quantos são ao certo. Quero é a Primavera fresca que estávamos a ter de volta. Os meus neurónios entram em greve quando o termómetro ultrapassa os 28º e têm o apoio incondicional das pernas, que se recusam a andar. Fico imprópria para consumo. E não estou em férias...
Acho que vou emigrar para a Islândia...

quarta-feira, junho 11, 2008

O país das maravilhas

Às vezes acho que vivo num país onírico, como a Alice do desenho aqui em baixo. Camionistas a impedir camionistas de trabalhar, desvio de camiões, GNR a escoltar veículos em lugar de prender quem impede os outros de trabalhar, comentários palermas do BE e PCP sobre um evidente "lapsus linguae" presidencial, tudo isto a meias com a selecção e o Euro... A sensação é que o sonho da Alice deve estar a chegar ao fim, à loucura total da Rainha de Copas que quer cortar cabeças. Acorda, Alice, acorda! Antes que seja tarde...

segunda-feira, junho 09, 2008

domingo, junho 08, 2008

Orgulho

Dia de palmas até as mãos doerem, de lágrima no canto do olho, por vezes a rolar pela face, de apetecer dizer aos quatro ventos "É a minha filha!".

domingo, junho 01, 2008

Enjoo

Já vomito selecção, Euro, futebol, jogadores, Neuchâtel mal pronunciado e as milhentas coisas sem ponta de interesse sobre a selecção com que tv e rádio nos enchem os ouvidos e a paciência. Ainda não chegaram ao ponto de dizer quantas vezes o Cristiano Ronaldo foi à casa de banho, mas já lá andam perto.

terça-feira, maio 27, 2008

Está certo

Folheando um velho livro, descubro que em tempos existiu um rio que os nossos antepassados, em latim deturpado, chamavam Caralio. E que hoje esse rio se chama Pau.

quarta-feira, maio 21, 2008

Amor é...


... ver jogos de futebol na tv, porque ele gosta.

(ou melhor, eu não vejo, mas estou aqui em frente à televisão, e portanto acabo por ir vendo... Deus tem sentido de humor, não duvido; nestes momentos, de certeza que está a rir, ou pelo menos a sorrir e a mandar-me uma piscadela de olhos - que eu retribuo)

Coisas que me irritam

Primeiro, toda a gente batia palmas ao ver a imagem da ministra da Defesa espanhola, grávida, a passar revista às tropas. Agora que o bebé nasceu, parece que só há críticas acerca da duração da licença de parto, se vai estar muito tempo afastada de funções, e até se fala do estado de saúde da ministra. Ela não está doente, teve um filho; e toda a gente, a começar por Zapatero, sabia que o ia ter. Ou seja, está com certeza prevista, desde o momento em que ela aceitou o cargo, a forma de conciliar a recuperação do parto e o acompanhamento do bebé com o exercício das funções ministeriais.
Toda a gente é muito pró-feminista, pró-igualdade de oportunidades, e o diabo a quatro; mas chegado o momento, não resistem à piadinha idiota e sexista. Só falta voltarem as vozes que queriam impedir o exercício de certos cargos por mulheres que não se comprometessem a não engravidar.

segunda-feira, maio 12, 2008

Humor?

O problema deve ser meu - se eu só achava piada a uma ínfima parte dos sketches dos Gato Fedorento, não achei nenhuma ao episódio dos Contemporâneos que vi. Li em vários blogs grandes elogios ao novo programa humorístico, que me fazem pasmar porque eu não gostei mesmo nada.

Para ti


Katie Melua, "If you were a sailboat"

If you're a cowboy I would trail you,
If you're a piece of wood I'd nail you to the floor.
If you're a sailboat I would sail you to the shore.
If you're a river I would swim you,
If you're a house I would live in you all my days.
If you're a preacher I'd begin to change my ways.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was in jail I know you'd spring me
If I was a telephone you'd ring me all day long
If was in pain I know you'd sing me soothing songs.

Sometimes I believe in fate,
But the chances we create,
Always seem to ring more true.
You took a chance on loving me,
I took a chance on loving you.

If I was hungry you would feed me
If I was in darkness you would lead me to the light
If I was a book I know you'd read me every night.

If you're a cowboy I would trail you,
If you're a piece of wood I'd nail you to the floor.
If you're a sailboat I would sail you to the shore.
If you're a sailboat I would sail you to the shore.

quinta-feira, maio 08, 2008

Blogs do Sapo

Ainda não compreendi o porquê da debandada de blogs para o Sapo. A mim nunca me passaria pela cabeça ter uma trabalheira com migração de ficheiros, mudanças de template, etc. etc (mas eu não ligo nenhuma a essas minudências e não me divirto nada a ir às "entranhas" do blog). Mas para além disso, qual é afinal a vantagem de mudar de "operador"? O que é que melhora? Na verdade, como leitora, a maior diferença que noto é que são raras as vezes em que consigo aceder à primeira a um blog do Sapo. Vem quase sempre uma mensagem de "não é possível encontrar o servidor" antes de a página se abrir. O que não me parece ser nenhuma vantagem...

segunda-feira, maio 05, 2008

25 de Abril e Peniche

Sugeriu Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo, novas formas de comemorar a Revolução de 1974, associando as comemorações, por exemplo, ao restauro ou divulgação de património. Tenho uma sugestão a dar a esse propósito: restaurar o forte de Peniche. Praça-forte seiscentista, é um testemunho importante da arquitectura militar da nossa época moderna, que semeou fortalezas por vários pontos estratégicos da nossa costa marítima. Prisão de alta segurança para presos políticos durante o Estado Novo, aí esteve Álvaro Cunhal, e daí fugiu, juntamente com outros prisioneiros, protagonizando uma de entre outras espectaculares fugas que esta prisão conheceu. Parte do forte está transformado num museu, que não visitei; o resto está no estado lamentável que se pode ver nas fotografias...

Perspectiva geral do pátio; ao fundo, antiga capela que servia como isolamento

Pormenor da entrada na parte do isolamento

Janelas do bloco das celas

O antigo campanário

terça-feira, abril 29, 2008

Imperfeição

Não me recordo bem, mas sei que há uma qualquer história grega sobre a inveja dos deuses quando a felicidade humana é demasiada.

segunda-feira, abril 28, 2008

Instalado

Não dei por ele entrar. Senti algo húmido nas mãos, olhei e vi um focinho peludo e pedinchão a olhar para mim. Afastei ligeiramente a cadeira. Saltou, lambeu-me e instalou-se-me no colo. Aqui está há mais de um quarto de hora, imóvel.

Dias azuis

Cheios de sol, de luz, de mar. Cheios de tempo a passar devagarinho, de pôr do sol, ondas, gaivotas, fotografias, horas passadas a ler. Cheios de beijos, abraços, mãos enlaçadas e harmonia.

sexta-feira, abril 18, 2008

Não podes ausentar-te, amor

Sais por uns dias sem mim. E o que acontece enquanto não estás? O teu Benfica perde 5 a 3. O tempo torna-se um caos, com chuva intensa, vento e frio. O meu computador manda à vida o segundo carregador e vai para a assistência técnica. Luís Filipe Menezes demite-se. O fulano que apareceu para salvar o Boavista é levado por agentes da Polícia Judiciária. Não voltes a sair sem mim, meu amor. E ainda bem que já estás mesmo a chegar, ou sei lá que mais poderia acontecer.
PS - Aconteceu mais uma: juro que ouvi na rádio a criatura Ribau (como li algures, não me recordo onde) a dizer que os problemas da liderança do PSD tinham de ser resolvidos depressa, pois em Junho tinhamos de estar todos unidos a torcer pela selecção nacional no Europeu.

terça-feira, abril 15, 2008

Acordo?

Devo ser eu que não entendo, mas será que a principal diferença entre um texto escrito em português de Portugal e outro em português do Brasil é o "c" de acção ou o "¨" de linguiça? Ou será antes a forma de construção das frases, a utilização do gerúndio, uma série de palavras com sentido diferente e, mais do que tudo, a forma de incorporar na língua as palavras estrangeiras?
O que fará o acordo relativamente a palavras tão diferentes como "hormona" e "hormônio"? Tira-se o acento circunflexo e fica tudo resolvido? E quanto ao género de "trema", que nós dizemos no masculino e que tenho lido no feminino em textos brasileiros a propósito da queda desse sinal? Ao eliminar-se, deixa de se pôr a questão?
Tornará o acordo ortográfico utilizáveis por nós livros técnicos traduzidos no Brasil? Não seria muito mais útil procurar uniformizar a linguagem científico-técnica, tão diferente, que se usa de um e outro lado do Oceano do que palavras que não causam confusão nenhuma?
Será tornar uniforme escrever António e Antônio? Como ficará um documento oficial assinado entre ambos os países com essas palavras de grafias duplas? Basta que "acção" deixe de ter "c" e "linguiça" trema para tudo se resolver?
E para que é que andaram a tirar os acentos de "parámos" ou de "jóia"? Muda o som da palavra, e no primeiro caso o sentido. Se "joio" se lê "ô", como é que "joia" não se vai ler da mesma forma, a partir do momento em que o acento desaparece?

segunda-feira, abril 14, 2008

domingo, abril 13, 2008

Um dia, como será? (2)

A letra da canção dos Beatles vem a propósito do programa da Maria Elisa sobre os idosos. O tema toca-me muito, magoa-me demasiado. É um espinho. Vivo-o há uns 15 anos. Não deixará de magoar quando o meu pai, inválido, depois da minha mãe inválida, já cá não estiver. Incomodar-me-á sempre, picará pela memória e pelo medo. Não quero isso para mim nem para mais nenhum dos meus. Não quero a minha velhice assim nem para a minha filha, nem para o meu marido.

Um dia, como será?

When I get older losing my hair
Many years from now
Will you still be sending me a Valentine
Birthday greetings, bottle of wine

If I'd been out till quarter to three
Would you lock the door
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four

You'll be older too
And if you say the word
I could stay with you

I could be handy, mending a fuse
When your lights have gone
You can knit a sweater by the fireside
Sunday mornings go for a ride
Doing the garden, digging the weeds
Who could ask for more
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four

Every summer we can rent a cottage
In the Isle of Wight, if it's not too dear
We shall scrimp and save
Grandchildren on your knee
Vera Chuck & Dave

Send me a postcard, drop me a line
Stating point of view
Indicate precisely what you mean to say
Yours sincerely, wasting away
Give me your answer, fill in a form
Mine for evermore
Will you still need me, will you still feed me
When I'm sixty-four.

terça-feira, abril 08, 2008

Declaração

Se o acordo ortográfico que uns iluminados doutores se lembraram de querer adoptar (às vezes acho os linguistas tão abstrusos como os investigadores em ciências da educação...) for avante, recuso-me a escrever uma série de palavras na nova ortografia.

quinta-feira, abril 03, 2008

Ingrid

Nos últimos dias, entre todas as notícias que leio, uma comove-me em especial. A de Ingrid Betancourt, em greve da fome e gravemente doente. A última imagem dela prisioneira, com um ar tão triste e tão digno, ficou-me gravada cá dentro. E agora não sou capaz de deixar de pensar nessa mulher à beira da morte, e a pedir aos céus que ela seja libertada e se salve.

quinta-feira, março 27, 2008

Sobre o que se passa nas salas de aula

Duas observações apenas. Haverá mais quando tiver tempo.

1) Gostava, sinceramente, de ver os que criticam severamente a actuação da professora e que, na maior parte dos casos, nunca devem ter dado uma aula na vida, a aturar, dia após dia, turmas de adolescentes. Gostava de os ver a agir sempre de cabeça fria, racionalmente, sem perderem a paciência e a saberem exactamente o que fazer em todas as circunstâncias. Depois, poderiam falar com conhecimento de causa.

2) Não sei em que escolas terão andado todos quantos dizem que no seu tempo nada de semelhante poderia ter acontecido. No tempo do meu pai, no Porto, há quase 70 anos, os alunos faziam trinta por uma linha com o professor de música. No liceu José Falcão, em Coimbra, há 25 ou 30 anos, lembro-me bem do mau comportamento da minha turma do 9º ano. De um colega que chegou a picar o professor de Matemática com o compasso, da risota com a professora de Inglês e os seus penteados, da professora de Química que faltava só para não aturar aquela turma tão difícil. Ah, e do ratinho branco que um colega levava para as aulas, e que passeava pelas carteiras de todos nós sem nenhum professor dar por ela.

terça-feira, março 18, 2008

Por um Tibete livre


Tirado daqui. Amanhã, a partir das 18h30, há uma manifestação frente à embaixada da China (R. São Caetano, 2, Lisboa, à Lapa).

quinta-feira, março 13, 2008

Colesterol

Uma boa notícia, parece.

terça-feira, março 11, 2008

52


Já não há protagonistas que possam comemorar este dia. Mas eu lembro-me sempre do que ele significa. Com muita, imensa saudade.

segunda-feira, março 10, 2008

O país real

Ver aqui o calvário de quem não mora nas cidades do litoral e tem problemas de saúde.
Às vezes (tantas, demasiadas) tenho vergonha do meu país e até dos meus privilégios, que nada fiz para merecer - devo-os aos meus avós, vindos do interior para as cidades do litoral já lá vão muitas décadas.

domingo, março 09, 2008

Na primeira linha

Nos últimos tempos, duas pessoas de idade familiares de quem me é próximo faleceram. Octogenários de saúde frágil, ambos se foram apagando, a pouco e pouco. A sua partida deste mundo não era nada que não se esperasse. No entanto, porque é que a morte nos apanha sempre desprevenidos e nos custa tanto ver partir aqueles cujos cabelos, há tanto tempo brancos, nos deviam ter ido preparando para tal? Porque é que o seu desaparecimento mexe connosco, mesmo quando não estávamos ligados a elas por fortes laços de afecto nem participávamos do seu quotidiano?
É sempre um pouco da nossa vida que termina com eles. Não mais, em certos sítios, em certas circunstâncias, essa pessoa estará presente. Aos poucos, desaparecem os figurantes das nossas vidas, aqueles que há muito as enquadravam, que faziam parte do cenário. Deixam de lá estar e o nosso mundo transforma-se - e, nessa transformação, esvazia-se. Enche-se também, é claro: novos figurantes entram em cena; mas faltam aqueles outros que lá estavam. Um dia, também nós desapareceremos. Ficamos nós na linha da frente. Passamos a ocupar o lugar da geração que nos precedeu. Este não é um pensamento confortável.

quarta-feira, março 05, 2008

Assinado: Mãe

Gosto de assinar "Mãe" quando escrevo à minha filha. Em todos os outros mails, cartas e bilhetes, é o nome que escrevo no final, completo ou abreviado consoante o destinatário. Para ela, assino só "Mãe". E fico sempre a olhar para aquela assinatura, a que só ela tem direito. Faz-me sentir diferente - e orgulhosa. Como se assinar desta forma me investisse na maternidade, me desse uma consciência renovada de ser mãe, e do que isso significa e acarreta para mim.

terça-feira, março 04, 2008

Vamos?

De novo as Grenadines. E a vontade de largar uma vida de stress e procurar alternativas mais saudáveis, que me deixem tempo para respirar.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

A (des)propósito de oscares e de homens bonitos


I've got my own George Clooney (mas a foto é a do outro).

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Gestos

Matinais. Maquinais. Não os penso. Executam-se sozinhos. Já se sabem de cor. E eu posso dormir um pouco mais, por dentro. Pernas, braços, mãos, pés estão despertos, mas eu não.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Projecto

É assim que nos quero, um dia, quando envelhecermos.


Não gosto do Dia dos Namorados, mas gosto desta música - e de ti.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

O enjoo do trabalho continua. Como se mantém a vontade de ler - o que não tenha a ver com o trabalho, claro.
Toca a música de Rodrigo Leão. Ao contrário do habitual, não me ajuda a concentrar. Mas tenho tanto, tanto que fazer...
Não me apetece trabalhar. Tenho vontade de mergulhar num bom livro, de o levar para os bancos do jardim aqui ao lado, e aproveitar o sol que este estranho Inverno nos oferece.
Disse. Agora vou trabalhar.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

13 anos


Está do meu tamanho, ameaçando rapidamente ultrapassar-me. Calça o mesmo número que eu. Demora horas no banho e passa outras tantas diante do espelho. É um castigo fazê-la ir para a cama, outro para a arrancar dela a cada manhã (desde que não seja fim-de-semana: então é capaz de acordar alegremente às 8h). Deixou de brincar com bonecas, é fã do Dr. House e suspira pelo Johnny Depp. Dá respostas tortas e sabe ser terrivelmente sarcástica. Tem um espírito crítico desesperante e um sentido de humor imenso. É doce e meiga, e continua a ter os olhos e o sorriso mais lindos do mundo. Enche-me de orgulho com as notas que tem na escola. Vêm-me as lágrimas aos olhos quando a vejo dançar. É o meu amor maior que todos, presente no meu coração a cada segundo. Há 13 anos, tive-a pela primeira vez nos braços. Muitos parabéns, minha filha querida.

domingo, janeiro 27, 2008

Sobre o SNS (2)

Durante anos, foram várias as vezes em que tive de acompanhar às urgências ora a minha mãe, ora o meu pai, tanto no Centro Hospitalar de Coimbra como nos HUC. Em geral, iam lá com conhecimento do médico assistente deles; havia, portanto, um contacto, sabiam que iam encontrar uma cara amiga e conhecida que os acompanharia ou, pelo menos, os viria cumprimentar. Dado o estado de saúde de ambos, eu era autorizada a entrar com eles, para poder explicar o que se passava, pois eles não o podiam fazer. Por isso vi - e ficou gravado cá dentro, para sempre, tudo o que vi. Nos Covões, à época com urgências em péssimas instalações, tão deprimentes que fariam qualquer pessoa sentir-se pior. Nos HUC, espaços mais modernos, mas uma maior frieza humana. Macas pelos corredores fora. Velhinhos sem saberem onde estavam e sem ninguém que lhe desse uma palavra amiga. Auxiliares resmungões. Enfermeiros e médicos ocupados, sem tempo para darem atenção a quem, à espera, precisasse de ajuda. Horas passadas sem explicações. Horas de uma solidão agravada pelo medo da doença. Horas de dor que mandei para o fundo da minha memória, mas cuja recordação me ocorre agora, ao ver as notícias sobre o senhor que em Aveiro caiu da maca sem ninguém se aperceber, ou o outro que foi mandado nu para casa. Numa dessas minhas idas às urgências, uma velhinha completamente desorientada só não se atirou da maca abaixo porque a impedi de se levantar.
Faltam nos nossos hospitais, nas nossas urgências, calor humano e ternura.

sábado, janeiro 26, 2008

Sobre o SNS

Em tempo de contestação à política de saúde do governo, vou tentar deixar aqui o testemunho das minhas experiências no serviço nacional de saúde. São testemunhos de uma privilegiada, porque beneficiária de um subsistema de saúde que me permite fazer muitos exames comparticipados em serviços privados, e porque nunca recorri aos serviços dos médicos de família. E por aí posso começar - porque é que nunca fui à minha médica de família.
Pouco tempo depois de mudar de casa, há uns 15 anos, num mês de Agosto em que o meu médico (particular) habitual estava de férias, arranjei uma faringite. Era uma situação recorrente, e sabia que, pela forma como a coisa estava a avançar (com dores de garganta crescentes que já tinham chegado ao ponto de me impedir de engolir), teria de tomar um antibiótico. Como não quis automedicar-me, nem ir às urgências do hospital por não ser um caso muito grave, resolvi ir ao meu novo centro de saúde, inscrever-me nele e tentar arranjar uma consulta. Havia uma médica ainda com vagas que podia tornar-se a minha médica de família. Ela estava no centro, estava a acabar as consultas do dia, mas só me podia atender na semana seguinte. Note-se que eu só precisava de um médico que olhasse para a minha garganta e me receitasse o antibiótico necessário. Mas no meu centro não havia serviço de urgência, e a médica não tinha a obrigação de me atender, pelo que o não fez. Saí dali disposta a ir para o hospital; antes, porém, passei numa farmácia conhecida, olhando para a prateleira reconheci o nome do antibiótico que tinha já tomado para o mesmo mal uns meses antes, e a farmacêutica vendeu-mo, mesmo sem receita, depois de lhe ter contado o que se passara. A faringite passou. Eu não voltei a tentar marcar uma consulta com a minha médica de família e só fui ao centro de saúde por causa de vacinas.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Amor é...

... sentir-me em casa aconchegada nos braços de quem se sente em casa aconchegado nos meus.

(Respondendo ao desafio da Vague)

Para quebrar o silêncio

O Natal passou, o final do ano idem aspas, e o blog continua deixado ao abandono porque não há tempo para lhe dedicar. Muitos posts foram escritos mentalmente, mas não passaram da mente. Nas prendas de Natal não encontrei nenhum pacote cheio de tempo para blogar, e 2008 vai (já está a) ser um ano carregado de trabalho.