Nos últimos tempos, duas pessoas de idade familiares de quem me é próximo faleceram. Octogenários de saúde frágil, ambos se foram apagando, a pouco e pouco. A sua partida deste mundo não era nada que não se esperasse. No entanto, porque é que a morte nos apanha sempre desprevenidos e nos custa tanto ver partir aqueles cujos cabelos, há tanto tempo brancos, nos deviam ter ido preparando para tal? Porque é que o seu desaparecimento mexe connosco, mesmo quando não estávamos ligados a elas por fortes laços de afecto nem participávamos do seu quotidiano?
É sempre um pouco da nossa vida que termina com eles. Não mais, em certos sítios, em certas circunstâncias, essa pessoa estará presente. Aos poucos, desaparecem os figurantes das nossas vidas, aqueles que há muito as enquadravam, que faziam parte do cenário. Deixam de lá estar e o nosso mundo transforma-se - e, nessa transformação, esvazia-se. Enche-se também, é claro: novos figurantes entram em cena; mas faltam aqueles outros que lá estavam. Um dia, também nós desapareceremos. Ficamos nós na linha da frente. Passamos a ocupar o lugar da geração que nos precedeu. Este não é um pensamento confortável.
É sempre um pouco da nossa vida que termina com eles. Não mais, em certos sítios, em certas circunstâncias, essa pessoa estará presente. Aos poucos, desaparecem os figurantes das nossas vidas, aqueles que há muito as enquadravam, que faziam parte do cenário. Deixam de lá estar e o nosso mundo transforma-se - e, nessa transformação, esvazia-se. Enche-se também, é claro: novos figurantes entram em cena; mas faltam aqueles outros que lá estavam. Um dia, também nós desapareceremos. Ficamos nós na linha da frente. Passamos a ocupar o lugar da geração que nos precedeu. Este não é um pensamento confortável.
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