Nascidos no mesmo ano, o meu pai precedeu-o na morte um ano quase completo. Era sexta-feira, eu ia a caminho do hospital e recebi a notícia de que já não o ia ver com vida. Celebra-se amanhã um ano que ele partiu. Saramago partiu hoje. Pessoas completamente diferentes, nas suas vidas, nos seus credos. Incrivelmente parecidos, porém, fisicamente, nos tempos de decadência final.
Não posso ver esta foto que publico sem me lembrar do meu pai. E, pelas coincidências de datas, mais do que pensar em Saramago (que descanse em paz), penso no meu muito querido, nunca esquecido pai. E nas suas mãos que não volto a agarrar, nem a acariciar com carinho. Mas ouço a sua voz, muitas vezes; e a sua imagem, o seu sorriso, acompanham-me. Sobretudo quando estou rodeada de todas as suas coisas, em especial dos seus livros. Como vou estar todo este fim-de-semana, especialmente dedicado à saudade dele.
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