Vão sozinhos, dois a dois ou em grupos grandes. Usam, quase todos, coletes reflectores. Transpiram sob o sol quente da tarde. Há postos da Cruz Vermelha de tempos a tempos, para os ajudar. Passo por eles de carro com todo o cuidado, que a berma da estrada é estreita e eles vêm à conversa, sem grandes cuidados. Move-os uma fé que eu não consigo perceber: não vejo que vantagem há em dar cabo de pés, e pernas para pagar uma promessa. Preferia ver promessas cujo pagamento tivesse consequências benéficas, como prometer ajudar quem precisa, fazer as pazes, procurar ser melhor. Mas essa é a minha fé, se calhar demasiado racionalizada, demasiado intelectualizada; outra é a deles. Comovem-me estes peregrinos, caminhando sob o calor, cansados mas tenazes, aproximando-se de Fátima e da imagem da Virgem a quem prometeram pagar, com o seu sacrifício, as preces atendidas.
Fátima, para mim, estará sempre associada à minha avó, que assistia com fervor às cerimónias do 13 de Maio transmitidas na televisão. A minha avó, que morreu faz amanhã vinte anos, e de quem só guardo boas recordações e uma imensa saudade.
Fátima, para mim, estará sempre associada à minha avó, que assistia com fervor às cerimónias do 13 de Maio transmitidas na televisão. A minha avó, que morreu faz amanhã vinte anos, e de quem só guardo boas recordações e uma imensa saudade.
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