quinta-feira, janeiro 07, 2016

Cansaço

Há alturas em que este espaço me faz falta. Alturas em que não estou grande coisa, claro - quando tudo está bem, não sinto necessidade de escrever, ou de o fazer sob o anonimato que este blog (ainda) me permite (agora que ninguém o lê, mais fácil se torna regressar a esse estado de ninguém saber quem sou).

Hoje é uma dessas alturas. Um dia em que o cansaço se faz sentir de uma forma intensa e percebo que estou a cair no total desinteresse face a uma série de coisas. Face, essencialmente, ao meu emprego. Nada me entusiasma nele, excepto a outra vertente em que tenho trabalhado como louca. Mas aquela que permite esta, aquela que efectivamente me garante o ordenado no final do mês, e que me obriga a deslocações e a estar de pé e a falar alto e a tratar de burocracias, essa não me está a apelar nada e o esforço que me exige é tal que, na balança, não compensa.

Custa-me que assim seja, porque eu gosto dessa parte. A minha saúde é que não. A doença crónica auto-imune que resolveu aparecer na minha vida mina-me a resistência. (nota a quem eventualmente ler isto: é uma doença reumática, algo com que tenho de viver, mas não me mata).

Estou em dia de apetecer dormir, dormir; ou melhor, de apetecer dormir e ao acordar ver que fizeram tudo por mim. Precisava de estar num spa em tratamento integral, com massagens, comida ao estalar de um dedo, sem nada na cabeça que a encha ou incomode. Como se isso fosse possível.

Enfim: estou a precisar de descansar. E no entanto era suposto ter descansado nas últimas semanas, e até o fiz se comparado com os meses precedentes. Mas não descansei como devia, nem na quantidade que devia. E não posso fazer de conta que à minha volta nada existe (até porque o que existe é essencialmente gente, a família).

E pronto, já desabafei. Já usei de novo este espaço como um saco de boxe - pequenino, que os murros são fracos, as forças poucas. Desconfio que voltarei a ele noutras ocasiões. 

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