domingo, novembro 25, 2012

90

90 anos seria hoje a tua idade. Hoje seria dia de festa, com prendas e salvas de palmas, com risos, beijos e abraços. Os teus netos contigo, tu feliz. Se estivesses vivo, se estivesses bom. Não me esqueço do dia, nunca. Muito menos de ti, do calor das tuas mãos a aquecer as minhas, das histórias lidas antes de dormir, do beijo que nos davas antes de ires para a cama. Procuro esquecer os anos maus, a incapacidade, tudo o que doeu num final de vida demasiado prolongado e doloroso. Recordo os tempos bons, o teu sorriso. Tu com a tua neta ao colo, tão feliz. É assim que te quero lembrar sempre, Pai querido, tão querido, e tão guardado no meu coração. 

sexta-feira, novembro 16, 2012

Masoquismo

Em dias de neura, como hoje, não é boa ideia ver / ler certas coisas. Parecem inócuas, mas não são. E eu, que já o sei (ou devia saber), devia ter juízo e não ser masoquista. Porque cicatrizes escondidas, já saradas mas visíveis, podem fazer-se sentir com uma força surpreendente. Alguma vez deixarão de doer?

Cansada do meu país

Cansada da crise, do mau governo, da falta de luz ao fundo de um túnel cujas dimensões ainda ignoramos. Cansada de muita coisa, a começar pela comunicação social.
O barulho que se fez em torno da visita de Angela Merkel. As cartas indignadas pela sua vinda a Portugal. Os comentários, os comentadores, as reportagens, as análises políticas ou que o pretendem ser. Os directos. E informação a sério, onde está ela? O que trouxe afinal a vinda a Portugal da chanceler alemã? Não dei conta que a imprensa, a tv dessem disso conta. Leio, em alguns blogs, que foi ocasião de negócios que, sendo importantes para a Alemanha, não o são menos para Portugal. Fala-se de investimentos alemães assegurados. Mas alguma coisa disto é efectivamente noticiado? 
A informação é sempre pela rama, sempre em busca do chocante, do imediato, do sensacionalista. É também disto, é em grande medida disto, que estou cansada.

segunda-feira, novembro 05, 2012

7 anos

Faz hoje 7 anos começou algo pelo qual não esperava. Algo contra o qual me armei. Tu desarmaste-me. Lembro-me de me teres ido levar a casa e eu olhar para o teu perfil enquanto conduzias e perguntar a mim mesma se haveria alguma hipótese de seres o "tal". Eras. És. 
Obrigada por 7 anos de brilho nos olhos. Venham mais 7, 14, 21, a vida inteira. De mãos dadas.